quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Dias malditos

Todos nós nascemos livres, livres de cobiças e cobranças, livres de desejos e infâmias, livres pra viver, sorrir ou morrer. Ou ao menos era o que queriam que acreditassemos. Nos deram nomes pelos quais seriamos conhecidos, e em segredo ganhamos nossos numeros, pouco a pouco falaram quem deveriamos ser e como deveriamos agir, então fomos convidados, persuadidos ou obrigados a entrar para a festa, para a farsa, para o jogo chamado vida.
Dias malditos ainda estão por vir, dias de inverno ou inferno sem fim, levaram de nós a liberdade que acreditavamos ter, em troca ensinaram como é correto ser e agir. Disseram quais sorrisos deveriamos exibir, nos dias malditos ainda por vir, aprendemos a exibir sorrisos falsos, a ignorar a tristeza e as lágrimas e a suportar a dor. Ensinaram a usar os grilhões com o orgulho de ser un vencedor, um vencedor preso ao dinheiro, uma competição sem fim e sem sentido, uma luta contra tudo e contra todos.
São dias malditos e mal vividos, noites perigosas e mal dormidas, e assim vamos nos afogando em nossas lágrimas e tristezas, vinhos e cervejas. Pouco a pouco morremos tristes fingindo ser vitoriosos e felizes, enquanto os ditos mestres banqueteiam-se de nossa carne e bebem de nosso sangue, livres de culpa, macúla e indole, vencedores, mas que jogp é este?
Isto é viver