Mais um copo de café e um
cigarro,
Em meio a fumaça que deixa meu
pensamento leve,
Coloca mais um prego em meu
caixão,
E assim aos poucos eu preparo
minha sepultura,
Aos poucos me desfaço da vida,
Eu escrevo mais uma linha,
Aos poucos eu lhe apago da
memória,
Quem dera eu pudesse me esquecer
de você,
Ao menos por um dia ou uma hora.
Quem dera eu pudesse,
Trancar-me em meu mundo,
Voltar a ser feliz... pelo menos
por um minuto.
“Vai ficar tudo bem”
Eu minto para mim mesmo entre um
gole e outro,
Daquele mesmo vinho barato,
A fumaça se dissipa ao sair por
meus lábios,
Mas a mente continua em meio as
nevoas,
Aonde eu esperava chegar,
Sem você a me guiar,
Já descobri por mim mesmo,
Que caminho não há.
Começo a roer as unhas em puro
nervosismo,
E seguir o mapa,
Aquele que eu mesmo inventei,
Mas eu estou remando contra a
maré,
Contra esta terrível maré de
azar,
A procura de um porto seguro
talvez,
Mas o porto eu perdi,
Quando disse adeus a você,
Ah se o arrependimento mata-se,
Quantas vezes eu já teria morrido,
Quantas vezes já teria
assassinado a mim mesmo,
Mas sigo negando,
E para todos os efeitos,