domingo, 14 de junho de 2020

14-06-2020 diário de um suicida #1

Quando o mundo esta diferente e as coisas começam a ficar difíceis, as pessoas tendem a esquecer de que a vida nem sempre é um lixo, quando as lágrimas cobrem seus olhos, e tudo o que vemos no céu são nuvens cinzas de tristeza, esquecemos que por trás delas há um céu azul, e um sol a brilhar. momentos assim fazem com que esqueçamos das coisas simples que valem a pena, daqueles pequenos momentos que nos fizeram felizes, e então de um momento para outro, tudo fica triste, já não há mais uma luz no final do túnel, o mais fácil é desistir.
afinal de contas por que lutaríamos se parece não valer a pena, podemos simplesmente nos entregar a tristeza, a corda esta bem ali, com o nó de forca ja pronto, onde deixei a 2 anos atrás "esperando a hora certa" eu repito para mim mesmo sempre que estes sentimentos me invadem desta forma intensa, os anti-depressivos estão na estante, na prateleira da esquerda onde sempre estiveram, esta doença maldita que nunca me deixa, as coisas parecem nunca melhorar, eu apenas sigo em frente, morrendo um dia de cada vez.
quando me ponho a escrever pareço estar preparando uma publicação póstuma "diário de um suicida" parece um bom nome para vocês? mesmo me sentido um lixo e tão sozinho todos os dias, eu sei que não estou, devemos ser uma legião de jovens, adolescentes e adultos com os mesmos sintomas, a tristeza que por vezes tentamos esquecer, para seguir em frente, para termos esperança, e seguimos na busca de uma pequena luz no final do túnel, mas parece que no final de tudo não há nada.
é então que sentimos este medo intenso tomando conta de nós, abafamos ele, colocamos um sorriso no rosto para dar-mos as pessoas o que elas querem, sorria e todo um mundo irá sorrir com você, mas isso é só uma máscara, que o mundo nos obriga a usar todos os dias, e sinceramente eu estou cansado de tudo isso, já fazia algum tempo que este sentimento não vinha de forma tão intensa, é a primeira vez do dia que reúno um pouco de força e me sento na frente do computador, longe da cama e das cobertas, mas a vontade é me afundar lá, desaparecer, deixar de existir, e eu volto a me perguntar o por que  de tudo isso, se é que há um porque em tudo isso.
as respostas parecem fugir de mim, queria eu poder fugir de mim mesmo, programar a data, reunir a coragem, e finalmente partir, sem nem ao menos me despedir de amigos ou familiares, afinal parece que estas coisas já não importam, são momentos de solidão assim que nos fazem ouvir musicas tão altas, para que ninguém possa escutar nossos gritos de dor. uma dor intensa e tão profunda que ninguém entendem, afinal de contas as cicatrizes de nossos passados estão bem fundas abaixo de nossas peles, e quando finalmente partirmos deste mundo irão falar "nossa ele parecia ser tão feliz".
por que a tristeza que se esconde dentro de cada olhar, as pessoas não querem ver, as pessoas não querem nem saber, e sinceramente eu já não ligo mais também. eu sei que amanha será apenas mais um dia, eu terei de ir trabalhar de manha, mas talvez eu não vá, o sono tem ido para longe de mim durante estas madrugadas, mas eu tenho que manter as aparências e sair um pouco de casa, tenho que dar bom dia as pessoas e mentir que esta tudo bem, e eu sei que não faço isso sozinho. o mundo esta de cheio de pessoas como eu por ai, invisíveis aos olhos, mas que um dia serão lembradas, como pessoas que pareciam estar tão felizes. 
vai ser mais uma madrugada longa me revirando de um lado para o outro da cama, já nem ligo, já me acostumei a isso, amanha sera mais um dia de luta, se vou vencer ou não, vamos descobrir, veremos até quando... eu ainda estarei aqui
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