quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Palavras ao vento e sem sentido

O ar está tão pesado ultimamente, acho que isso se deve ao fato de estar carregado de lembranças, dor, sofrer e solidão. Eu estou tão cansado, e as marcas que carrego, só me puxam mais pra baixo, já não sei de onde tirar forças pra continuar, na realidade eu já não quero mais continuar.
Dois níveis de angústia se revezam dentro de meu peito, e por vezes ela é como uma mão, e fica ali, apertando meu coração, esta mão aperta e me machuca tanto, que por vezes penso que ele deseja parar, mas ainda assim ele bate, me mantém vivo, pobre coração, por vezes desejo que está mão o arranque se mim, pudera eu viver sem coração? Desejo com todas as minhas forças.
Outras vezes a mesma mão enfia uma faca no coração, e meu peito arde em dor, mas não sangra, é uma dor que apenas eu sinto, e a faça é girada dentro deste meu peito, a agonia vem tão forte, mas tão forte, e eu só consigo desejar a morte, mas a morte, ela foge de mim. Ela corre tão veloz e me deixa aqui, neste quarto escuro, chorando sozinho, com estas lembranças me cercando, o ar é rarefeito. E eu morro pouco a pouco cada momento.
A vida segue normalmente lá fora, é claro pois o mundo não para por nada, nunca iria parar por causa da sua dor, ninguém liga e o máximo que as pessoas dizem é que tudo vai ficar bem, mas elas não sabem como é,  elas deveriam nos deixar em paz, afinal paz é tudo que eu quero.
Por Deus, pelos deuses, eu só quero paz, eu que não acredito e vossa existência, clamo por paz de teus braços, Deus se existe, é a hora. Mas continuo só, todos estamos sós neste universo, e quando queremos a morte ela demora a vir, enquanto isso eu agonizo pouco a pouco, instante a instante.
As pessoas estão me vendo morrer, mas nada podem fazer, eu só lamento, só posso lamentar, uma vida inteira de dor, e a culpa é só minha, nem mesmo de atrair a morte para mim mais rápido sou capaz, um fracasso, sempre fui, é o que sou, um fracasso. Continuo vivo, aliás sobrevivo, por que viver não é isso. Gostaria de mais, o tempo se vai lentamente, eu gostaria que fosse mais rápido, mas está congelando, eu vou morrer sei que vou, mas não sei a hora, que agonia é isso?
Precisamos falar sobre isso, mas só consigo conversar comigo mesmo, não quero mais ninguém envolvido em minha dor, escrevo minha dor nestas palavras, por que sei, serão poucos que vão as ler, serão poucos a entender, e continuarei em segredo, segredos meus, minhas dores da alma, do coração, do desapego, não desejo a vida. Mas a morte não vem.
Cada dia esta mais próxima eu sei, cada dia me ama mais, eu sei, a maioria das pessoas lutam contra a morte. Mas logo eu tinha que ser ao contrário dos outros, logo eu tinha que lutar contra a vida? Já não sei o que é vencer para mim, mas continuo, não por mim, mas pelos que estão a minha volta, uma hora, a hora vai chegar.
Vou me libertar da dor, da mão e da faca, seja para vida ou para morte, ou renascerei, ou partirei para Arcádia, o lar dos poetas mortos. Poesia foi minha vida, e o que há de mais poético que a morte?
Faz parte, a dor, o sofrer, esta me transformando em algo melhor, se eu passar por isso, vencerei, mas o que é a vitória para quem tem lutado contra a vida?
O tempo vai mostrar.

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Pouco a pouco

Parece cocaina, mas é só tristeza.

Tenho passado muito do meu tempo calado,
A base de café e sofrimento,
Não,  eu não desejo conversar,
De que adiantaria desabafar contigo?
Eu lhe diria o que sinto, você diria entender,
mas sabemos, não entenderia,
Você irá dizer que vai passar,
mas a única coisa que passa é o tempo,
O meu tempo que se esvai dia após dia,
Não perca seu tempo dizendo saber como é,
Não sabe, esta dor é somente minha,
Por isso a carrego em silêncio,
Sem pretensão de alívio,
As vezes eu grito, sim eu grito,
Tão alto e com todas as minhas forças,
Mas ninguém parece escutar,
Ninguém parece se importar,
Por que tem que ser assim?
Hoje eu sou o que restou da maldita dor,
O que restou da solidão,
Pedaços e cacos, que você não quis juntar,
Levou o melhor de mim,
E foi me matando, pouco a pouco, dia após dia.
Tanto que hoje não se se venci o dia,
Ou foi o dia quem venceu.
Sobrevivo. Isso não é vida,
Não é nada, são apenas cicatrizes,
Tudo vai ficar bem,
Não é nada demais, é o meu sangue,
O melhor de mim,
Não é nada demais,
Nada demais.
Se parece muito com cocaina,
Mas é só uma tristeza terrível,
Dor sem fim, e pelo que sei,
Tudo deveria ter um fim,
Não é nada, dos pulsos, meu sangue
No chão, é só meu sangue,
e pedaços do que era meu coração
Frágil
Quebrado
Morto
Traga álcool, preciso,
Traga algo forte, o pior veneno,
É o amor, que mata aos poucos
Pelo que sei,  isso não morre,
Amor mata, devagar,
E morro um pouco a cada dia
E ainda assim...
Todos acham que é cocaina...
Mas como diria meu amigo Renato,
É só tristeza.

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Um dia

Um dia você aprende a diferença,
A sutil diferença entre viver e sobreviver,
E aprende que não importa quantas facas há em suas costas,
Todos dirão que, tudo vai ficar bem
Aprende que pequenos gestos fazem toda a diferença, mas ninguém se importa.
Aprende que existe sim amor, mas espalha por aí...
Que o amor é banal.
Um dia você aprende, será obrigado a aprender,
Que a vida não é como um conto de fadas,
E no final nem todos ficam felizes
Vai aprender, ah se vai,
Que desejar a morte na realidade,
Não é pecado algum,
E vai ver que, a morte não vem quando se deseja,
Aprenderá que o sentimento te corrói, e a dor destrói, mas ninguém nota.
E vai sangrar, vai chorar até se esgotarem suas lágrimas,
E desejar que ter coragem suficiente,
Para romper os pulsos,
Sentir a dor uma vez mais, pela última vez talvez.
Um dia você aprende, que há uma tênue linha,
Entre o saber e a ignorância, e ,
Vai ver por si mesmo, que quem muito fala...
Na realidade não tem nada a dizer.
Aprenderá, talvez tarde demais...
Que o mundo não para, e o tempo te esmaga,
No final descobre, que só queria viver...
Um dia você descobre,  que sobreviver,
Nunca será o suficiente,
Vai sentir o sangue escorrer, 
De cortes que você mesmo fez,
Amenizando o sofrer, em vão
E vai aprender que nada,
Absolutamente nada cura um coração.
Vai parar de brincar e se tornar adulto, ou vai morrer.
Em pouco tempo vai aprender,
Que quem você menos espera,
Lhe estenderá a mão,
E que nenhuma dor se compara, 
A solidão.
Um dia você aprende,
Que não importa quantas pessoas haja em sua volta
É apenas mais um na multidão,
Provará do veneno e nem notará,
Morre um pouco a cada dia
Caminhando em uma estrada,  na contra mão,
Sem saber como voltar.
Um dia se aprende,
O mundo há de lhe ensinar,
Vai chorar, vai sangrar, vai aprender,
Talvez seja tarde,
Tarde demais para viver...

domingo, 2 de outubro de 2016

Poema inacabado


Aviso: "estas próximas palavras são uma mistura de minha dor, meu sangue, minha agonia e minhas lágrimas,  então caso não se importe, ou caso não tenha sentimentos, não perca seu tempo, não mais leia"

Em suma, tudo tem início, meio e fim, é o que dizem
É claro que não seria diferente para nós,
Quero dizer, para mim, que diferença faz? Não lembro mais.
Eu sei, é não penso ser o único a saber, como é...
Andar em meio a multidão, ter amigos, e ainda assim;
Estar só
Passei muito tempo, ou foi o tempo que passou, eu não sei
E dia após dia tenho adiado o fim, como antes, mas diferente desta vez.
Eu tenho estado tão cansado, que agora...
Meus pensamentos se alinharam, culminaram em desistir
Aceitem como quiser, mas aceitem que;
Hora ou outra, todos temos que partir.
Meus melhores heróis morreram de overdose,
E agora penso, por que não?  Why not?
O que dizer? Se lembranças eu levo aos milhões,
Você tocou mais que meu violão, mais que uma melodia,
Marcou, e envenenou meu coração.
Eu quero um veneno qualquer, que mate rápido,
E um copo de café, bem quente por favor,
Entendam, eu tenho que partir
E nem ao menos sei para onde vou, ou seja;
Nem tente me seguir,
Valhala talvez, quem sabe Arcádia,  lar dos poetas mortos...
Ou o submundo, o lugar pouco importa,
Só não posso mais permanecer aqui.
Morte, venha logo, vestida de preto, como deve ser,
Uma noite sem luar, nem estrelas a iluminar,
Bem sabes que lhe espero, desde a tenra adolescência, e,
Particularmente, nunca gostei de esperar,
Então venha logo, please, e um imploro,
Perdoe o sangue, as lágrimas,  estou tão cansado,
O mundo não parou, para mim.
Eu lutei demais, e me importei demais, por coisas demais, por tempo demais
E hoje, já nem sei mais,
Como Shakespeare diria, "não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam"
e assim eu sou,
Um poema inacabado, ninguém quer saber,
Entre milhões, ninguém se importa,
Eu sei, é mais fácil ignorar,
Tenho que ir, vou partir logo,
Cansei de esperar