sábado, 15 de abril de 2017

Setembro, 2016

Parece obra do destino,
História mal escrita,
Uma conspiração ilícita do universo,
Resta saber o que o universo tem contra mim,
e mais uma vez acabo sozinho em meu quarto,
A minha Fortaleza da solidão,
Com lágrimas nos olhos,
e um copo de bebida forte nas mãos,
Do lado de cá do meu mundo,
Por trás de todos os meus falsos sorrisos,
O lado sombrio de tudo o que há,
Até o vento sopra diferente,
É como viver no crepúsculo,
O crepúsculo que antecede a morte!
Um gole a mais, isso ainda vai me matar,
Mas de que isso importa?
A indiferença é o pior veneno que pode existir,
Tomo uma dose no café de manhã,
De todos os dias,
Por que morto, é como eu gostaria de estar.
E ainda assim, digo que tudo está bem,
Uma mentira que repito a todos,
Inclusive para mim,
Afinal de minha dor, ninguém precisa saber
Aprendi que viver...
Se resume a tentar em vão,
Esquecer do que passou,
E seguir em frente, como as águas de um tenebroso rio,
E não como as ondas do mar,
Que sempre tornam ao mesmo lugar,
E no entanto,  estou mais para onda que para rio,
Foram tantos planos e aqui estou eu,
Sem saber em que direção caminhar,
Sem saber como continuar,
Concluo então, que a solidão me cai bem,
Isso contribui para o fim,
Mas o que é o fim?
Se não mais uma oportunidade de recomeço?
As cicatrizes que se escondem em baixo desta pele tatuada,
Tem histórias a contar,
Histórias que ninguém deseja ouvir,
A solidão chegou em setembro,
2016 era o ano, lembro como se fosse ontem,
E nunca mais se foi,
O tempo passou...
Não consegui seguir
Preciso de tempo,
Mais tempo...
Mas que tempo há para mim?
...

domingo, 2 de abril de 2017

Sobre o passado

Oi, parece besteira não é? Mas acho que a grande maioria das conversas começam assim, e hoje eu só precisava de alguém para conversar, por que... Como diz a musica: "as cores lá fora me disseram pra continuar". Mas como continuar se estou perdido, desde o dia em que se foi, o dia em que destruiu tudo o que eu tinha de mais precioso. É duro lembrar, mas hoje as lembranças retornaram, fortes demais e... chorar foi inevitável.
Sim, homens também choram, sabe; este é um clichê que devíamos jogar fora, homens choram sim, mas choram sozinhos, no silêncio de um quarto vazio, com música alta, e pode parecer absurdo, mas homens choram até mesmo em silêncio. A falta que sentimos um do outro, é algo que cabe somente a mim esquecer.
"Hoje eu sei que tudo acabou, pois você não soube me amar" é a melodia de outra canção, eu evitei o fim o máximo que consegui, mas nós sabíamos que era inevitável, depois que a paixão dos primeiros dias se foi, vieram os planos, houve também o amor, então o amor logo se foi, ficaram somente os planos, assim que possível abandonamos também os planos e, depois pouco a pouco fomos nós abandonando. Foi então que vi, o quanto nos afastamos e acabamos por nos perder um do outro. Foi o fim para mim de muitas maneiras, enquanto você pareceu seguir em frente indestrutível, imparável e hoje irreconhecível. As vezes me pergunto onde esta aquela pessoa que um dia eu tanto amei? O vento hoje não me trará a resposta, e os deuses pouco se importam com isso, a culpa é minha, grande parte dela eu sei que é minha.
Mas o que seria de mim sem meus erros, e até mesmo os erros são difíceis de serem abandonados, vai saber qual deles mantém nossas paredes erguidas. Os últimos dias tem sido os piores de toda a minha insignificante vida, se é que dá pra chamar isso de vida. Eu gostaria de deixar o passado no passado, me apegar ao presente e construir um futuro, mas para ser sincero, o futuro pouco me importa. Sim, eu sei, estou preso a este passado remoto, e sei que o tempo não volta, ainda assim mantenho está ilusão para mim mesmo, esta maldita ilusão que um dia vais olhar o passado, e voltar para mim, é a minha doce loucura, mais um devaneio.
Eu estou tentando dormir, enquanto o sono foge de mim, com o Phone de ouvido no volume máximo, desejando não mais ouvir sua voz, desejando fechar os olhos e não mais ver os lindos detalhes do seu rosto, e também, desejando fecha - los para nunca mais acordar. Qual o pecado em desejar a morte? Mais um peso sobre minhas costas, dane-se, eu desejo a morte todos os dias desde aquele dia. Mais ela não vem, não é fácil viver assim, para ser justo isso nem é viver. Esta mais para sobreviver.
Eu tenho insistido em prosseguir, como uma locomotiva; devagar mais sempre em frente, e se não mais eu quiser optar por este caminho, o som em meus ouvidos passa do pop depressivo para o Rock pesado da Stone Sour, pesado mais ainda triste. "Never say forever, cause forever is a lie" com toda certeza será minha próxima tatuagem, provavelmente acima do coração, um coração idiota que insiste em bater independente do que acontece a nossa volta, um coração fraco demais para entender o fim, e uma mente forte demais para se deixar esquecer, eu não posso simplesmente me livrar do passado, pois naquele passado eu era feliz, e agora? O que restou de mim? O que mais há para ser destruído? Não há mais nada aqui.
Até quando viverei este vazio, eu acordo com medo todos os dias, e todos os dias vivo o mesmo pesadelo, pressinto que será assim até o fim dos meus dias. Aceito de bom grado este fardo que o destino me impõe, talvez seja o castigo pelos pecados outrora cometidos, e pelos outros que continuo a cometer dia após dia, noite após noite. Não importa mais, eu só precisava desabafar em silêncio antes que isso explodisse dentro de mim.
Eu vou continuar, tentando convencer a mim mesmo que isso é o melhor a fazer, um dia talvez eu entendo o por que de tudo, começa a tocar novamente a melodia triste de silverchair, miss you love, e mais uma vez eu me lembro o quanto eu sinto sua falta, o que mais eu poderia dizer: "It's gonna hurt
And I love the pain", é claro que na época eu não entendia o inglês, mas sabia que a música era triste, milênios se passaram e ela ainda esta no meu playlist, então concluo que não nasci para ser feliz, na realidade eu simplesmente nasci, quisera eu ter outra opção, mas é claro que... Isso é só mais uma loucura de minha mente doentia, outra doce ilusão... E nada mais.